domingo, 3 de abril de 2011

Um ano: 1973

Há momentos em que a boa produtividade musical impera. Temos a impressão de que compositores, músicos e bandas se colocam na fila da criação e produzem trabalhos para ficar para a história. Um caso assim foi o ano de 1973.
Por exemplo, 1973 é o ano de lançamento do primeiro disco de Bob Marley e os Wailers na Inglaterra, o clássico do reggae Catch a fire. É também o ano de lançamento de um dos melhores discos do chamado rock progressivo: Dark side of the moon, do Pink Floyd, exemplo bem acabado de disco conceitual, aquele em que todas as faixas carregam faces de um conceito. É o terceiro disco mais vendido de todos os tempos.
Na mesma área do progressivo, o ano guarda a terceira formação (e uma das melhores!) do grupo King Crimson, do guitarrista Robert Fripp, com o disco Larks’ tongues in aspic. O inglês Jethro Tull lançou, também neste ano, o álbum A passion play que, se não foi o melhor da carreira, marcou positivamente a cena do progressivo.
Outra banda inglesa que deixou marcas em 1973 foi o Yes, com seu primeiro disco ao vivo, o triplo Yessongs, um exagero dentro dos padrões da indústria fonográfica. Também o Gênesis brindou o ano com seu primeiro álbum ao vivo, ainda com Peter Gabriel nos vocais.
The Who continuou sua saga em óperas-rock e gravou, em 1973, o duplo Quadrofenia, em que mostra a esquizofrenia do personagem central dividido pelas personalidades dos quatro integrantes da banda: Roger Daltrey, Pete Townshend, Keith Moon e John Entwistle.
Se pensarmos no rock pesado, nesse ano veio à luz Sabbath bloody Sabbath, um dos discos mais importantes do Black Sabbath, grupo liderado por Ozzy Osbourne e Tony Iommi. Houve também o Houses of the Holy, quinto álbum do Led Zeppelin. E, para completar, apareceram os discos de estreia do Aerosmith e do Queen, ambos homônimos.
No pop, foram fundamentais o duplo Goodbye yellow brick road, grande sucesso de Elton John, Band on the run, um dos mais vendidos do Wings, grupo de Paul McCartney pós-Beatles, e o LP Music and me, de Michael Jackson.
Enquanto isso, em terras brasileiras, surgiam para nossos ouvidos Krig-Ha bandolo, primeiro de Raul Seixas (com as clássicas Ouro de tolo, Metamorfose ambulante e Mosca na sopa), Secos e Molhados, disco de estreia do grupo que soube juntar sucesso comercial (com O vira e Sangue latino) e experimentalismo (com Rondó do capitão e As andorinhas) e Pérola negra, primeiro álbum de Luiz Melodia. Na área mais MPB, tivemos o Tim Maia - vol. 4, com os sucessos Gostava tanto de você e Réu confesso, e os excelentes Matita Perê, de Tom Jobim, e Milagre dos peixes, de Milton Nascimento.
Porém, como o mundo não é só alegria, a nota triste de 1973 ocorreu em 17 de fevereiro com o falecimento de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o mestre Pixinguinha.

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