quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Os clássicos solos de guitarra

O solo de guitarra é uma das principais partes que se ouve em um rock. O instrumento, sua empunhadura e seus timbres parecem representar todo o conceito que define esse gênero e sua história. Nada contra baixos, teclados, sopros e baterias. Quero dizer que, da mesma forma que violino e piano são a cara da música erudita, violão e pandeiro são a imagem do samba e um bandoneon é a alma do tango, a guitarra simboliza completamente o rock. E, numa música, seu solo é momento sublime e expressivo do guitarrista, quando demonstra técnica e sensibilidade melódica em relação aos outros elementos que compõem a música.
Por isso, penso em quais seriam os solos mais importantes da história do rock, aqueles que identificam uma música mais até que a letra ou a voz do cantor. Por exemplo, nas origens do gênero, imagine ouvir "Roll over Beethoven", de 1956, sem o solo de Chuck Berry e sua performance sobre uma perna dobrada e outra esticada à frente? Sem isso, essa música simplesmente não existiria!
Entre os anos 60 e 70, estão os exemplos clássicos. Não há como não citar os solos de Jimi Hendrix em "Purple Haze", do “deus” Eric Clapton em "Cocaine", de Ritchie Blackmore em "Smoke on the Water", de Brian May, do grupo Queen, em "Bohemian Rhapsody", de Jimmy Page na delicada "Starway to Heaven", imortalizado nas imagens do filme "The Song remains de Same", de 1976 (os shows eram de 1973), ou no dueto das guitarras de Don Felder e Joe Walsh em "Hotel California", do grupo Eagles, também de 1976. Essas músicas devem muito aos seus solos e, se não fossem os guitarristas, talvez nem tivessem a mesma repercussão.
E, como não falar das melodias de David Gilmour, do Pink Floyd, em "Time", do mitológico disco The Dark Side of the Moon, e em "Comfortably Numb", do álbum The Wall? Também não dá pra esquecer os solos de Carlos Santana na suingada "Black Magic Woman" e na melodiosa "Europe".
Nos anos 80, há os “guitar heros”, título que indica técnica, timbre e velocidade de instrumentistas como Ed Van Halen (ouça "Jump", por exemplo) e Steve Vai ("For the Love of God" é representativa). Mas existem os que mantêm a energia do volume e da distorção, como no solo de Angus Young, do australiano AC/DC, em "Back in Black", ou no de Slash, do Guns N’Roses, na música "Sweet Child O’Mine".
Até mesmo no rock brazuca, há solos de fantásticos músicos, como o arranjo melódico das guitarras de Sergio Hinds na progressiva "1974", do grupo O Terço, ou a linguagem musical brasileira de um Pepeu Gomes, em "Malacaxeta". Da mesma forma, é impossível desconectar o sucesso de "Ovelha Negra", cantado por Rita Lee, do solo de Luiz Carlini. E o que dizer de "Bete Balanço" sem o som do jovem Roberto Frejat?
A lista certamente é grande e devo ter cometido algum esquecimento. Alguém sugere outros solos inconfundíveis e clássicos na história do rock?

(Publicado, com pequenas modificações, em outubro de 2009 no site www.entermagazine.com.br)

3 comentários:

  1. O duelo em "Hotel California" realmente é incrível, por coincidência estava ouvindo hoje.
    E não é bem um solo, mas acho que "Rumbler", do Link Wray é um dos melhores exemplos para mostrar a importância da guitarra no rock.

    aliás, já assistiu "It Might Get Loud"? vale a pena.

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  2. O solo inesquecível do grande Randy Rhoads em Mr. Crowley e Crazy Train de Ozzy Osbourne
    Tem também o solo fodástico David Gilmor em High Hopes do Pink Floyd.

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